R$ 7 bilhões estão esquecidos em bancos no Brasil

Dinheiro vem do SVR, que tem R$ 11 bilhões à disposição oriundos da relação banco e cliente

O BC (Banco Central) informou na última quarta-feira (7) que os brasileiros ainda não retiraram R$ 7 bilhões de dinheiro esquecido em instituições bancárias. Os recursos no SVR (Sistema de Valores a Receber) devolveu R$ 3,9 bilhões do total de R$ 11 bilhões colocados à disposição pelos bancos decorrentes da relação entre essas instituições e seus clientes. 

Os correntistas que resgataram valores somam 13,9 milhões, número que representa somente 35,9% do total de 38,9% das pessoas incluídas na lista desde fevereiro de 2022, início do programa. Destes, 13,4 milhões são PFs (Pessoas Físicas). Os PJs (Pessoas Jurídicas) somam 493,1 mil. Entre os que ainda não retiraram a grana, 36,1, milhões são pessoas físicas, enquanto as pessoas jurídicas chegam a 2,7 milhões.

Entre os que têm direito, mas ainda não retiraram os valores disponibilizados, a maioria é formada por pessoas e empresas. Os beneficiários que têm até R$ 10 a sacar somam 62,6% do total. Outros 25,2% têm entre R$ 10,01 e R$ 100. A fatia que contempla quem tem de R$ 100,01 a R$ 1.000 a receber é de 10,3%. Por fim, os clientes que têm mais de R$ 1.000 a sacar são 1,7%.

O SRV foi reaberto em março, depois de ficar por quase um ano inativo. O programa foi relançado com novas fontes de recursos e novo sistema de agendamento. Outra novidade é a possibilidade de resgatar dinheiro esquecido que pertença a pessoas que já morreram. Em março haviam sido retirados R$ 505 milhões esquecidos, valor que caiu para R$ 259 milhões em abril.

Para fugir de golpes, o BC orienta que os clientes redobrem a atenção às pessoas que tentam se passar por agentes e que se oferecem para fazer a intermediação para supostas retiradas do dinheiro esquecido nos bancos. E reforça que todos os serviços do SVR são totalmente gratuitos, e que também não entra em contato nem envia links para tratar sobre valores a retirar nas instituições bancárias, além de não solicitar dados pessoais.

Ainda segundo o BC, somente a instituição financeira que aparece na consulta do SVR pode entrar em contato com o cliente. O órgão também avisa para que nenhuma pessoa forneça senhas. Por fim, informa que ninguém tem autorização para fazer esse tipo de pedido.

Em relação às fontes de recursos, o BC informa que foram incluídas no relatório as que não constavam em lotes de 2022. Foram acrescidas contas encerradas de pagamento pré ou pós-pagas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas, acrescenta o BC, o SVR ainda reúne valores em contas-corrente ou poupança encerradas; recursos esquecidos por grupos de consórcio encerrados; parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas de maneira indevida, e cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito.

JUROS À INDÚSTRIA

Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), denominada Seca (Sondagem Especial Condições de Acesso ao Crédito), mostra que 71% das indústrias apontam que as taxas de juros são o principal obstáculo para contratar financiamentos em curto e médio prazo. Outros 25% % criticam as exigências de garantias reais, e 16% indicaram a falta de linhas adequadas à necessidade da empresa. 

Do total de ouvidos, 47% disseram que não buscaram contratar nem renovar financiamentos de curto ou médio prazos. Os que não conseguiram contratar nem renovar somaram 6%; enquanto outros 28% contrataram ou renovaram linha de crédito. Entre os empresários que responderam ter tentado contratar ou renovar o crédito, 19% não conseguiram, no caso do crédito de curto ou médio prazos. Ainda de acordo com a pesquisa, 69% dos industriários conseguiram o valor que precisavam e 21% receberam valor menor que o necessário. 

Ainda de acordo com a CNI, 36% dos empresários apontam como caminho para resolver o problema a queda nos impostos incidentes ao crédito, entre eles o OF (Imposto sobre Operações Financeiras). Outras opções são aumentar as linhas de crédito, simplificar as exigências bancárias, impulsionar o mercado de capitais e alavancar a atuação de fintechs na concessão de crédito.

Para o levantamento foram entrevistados 2.022 empresários no período entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023 sobre as condições de crédito.